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Quando sucederão estas coisas?
Quando sucederão estas coisas?

“Quando sucederão estas coisas?” (Marcos 13)

 

Marcos 13 é um dos capítulos mais difíceis do Novo Testamento. É um dos capítulos mais fortemente judaicos de toda a Bíblia. Do começo ao fim dele, Jesus está preocupado com a história e as idéias dos judeus. Vez após vez no capítulo, termos judaicos são usados e retratos são pintados, os quais são estranhos, senão totalmente desconhecidos, para a mente ocidental moderna.

 

O CENÁRIO - (13:1, 2)

Jesus e Seus apóstolos haviam acabado de passar pelo templo em Jerusalém pela última vez e estavam subindo o monte das Oliveiras, o qual oferecia uma visão magnífica do templo. Nesse cenário é que Marcos 13 se descortina. Marcos diz:

Ao sair Jesus do templo, disse-lhe um de seus discípulos: Mestre! Que pedras, que construções! Mas Jesus lhe disse: Vês estas grandes construções? Não ficará pedra sobre pedra, que não seja derribada (vv. 1, 2). A construção desse templo foi iniciada por volta de 20 a.C. e ainda não estava concluída na época de Jesus. O historiador judeu, Josefo, que escreveu no primeiro século, descreveu o templo em seus relatos. Ele disse que algumas pedras do templo tinham mais de 10m de comprimento, por 5m de altura e 3,5m de largura. Foi a solidez dessas pedras que impeliu os apóstolos a dizerem: “Jesus, olhe as grandes pedras deste templo. Esta construção é mesmo magnífica”. Josefo acrescentou que, de longe, o templo parecia uma montanha coberta de neve porque a parte dele não revestida de ouro era de um branco resplandecente. A visão do templo a  uilômetros de distância deixava qualquer um vislumbrado. O templo de Jerusalém parecia ser o cúmulo da arte e das  ealizações humanas. Sendo tão amplo e sólido, ele parecia que duraria para sempre. Jesus, porém, nos  ersículos iniciais de Marcos 13, fez a declaração surpreendente de que estava próximo o dia em que  enhuma pedra do templo seria deixada no lugar. Em menos de quarenta anos, no ano 70 d.C., quando o  eneral romano Tito destruiu a cidade de Jerusalém, essa profecia de Jesus tornou-se realidade.

 

OS SINAIS DA QUEDA DE JERUSALÉM - (13:3–31)

Quando Jesus e os apóstolos chegaram ao monte das Oliveiras, os apóstolos interrogaram Jesus sobre a  ua declaração a respeito do templo. Eles realmente ficaram preocupados com a destruição de Jerusalém que Jesus havia predito. Pedro, Tiago, João e André foram até Ele e Lhe perguntaram em particular: “Dize-nos quando sucederão estas coisas, e que sinal haverá quando todas elas estiverem para cumprir- se” (vv. 3, 4).

É compreensivelmente difícil uma mente ocidental do século XXI imaginar o impacto causado pela predição de Jesus de que o templo e cada pedra dele seriam destruídos. Por causa de sua magnitude, beleza, tamanho e importância, o templo era considerado pelos judeus tão perpétuo quanto o próprio mundo. É interessante que no capítulo paralelo de Mateus 24, os apóstolos fizeram uma terceira pergunta a Jesus. Eles perguntaram no versículo 3: “…que sinal haverá da tua vinda e da consumação do século?” Não era estranho para os apóstolos perguntarem a Jesus sobre a destruição do templo e a consumação dos séculos, ou seja, o fim do mundo de uma só vez. Os apóstolos, muito provavelmente, relacionavam o fim da nação judaica com o fim do mundo. Eles acreditavam que o fim do mundo e o fim da nação judaica aconteceriam ao mesmo tempo. Talvez ANDAR COMO JESUS ANDOU... SERMÃO EXPOSITIVO tenha sido por essa razão que Marcos e Lucas omitiram a pergunta sobre a consumação dos séculos, enquanto Mateus a manteve em seu relato. Quando os apóstolos disseram: “Quando Jerusalém será destruída? Quando o templo será destruído? Quando a nação judaica terá fim?”, eles também estavam perguntando, pelo menos ocultamente: “Quando acontecerá o fim do mundo?” Na resposta que Jesus deu a essas perguntas, dois temas estão realmente interligados. É aqui que reside a dificuldade de se interpretar Marcos 13, Mateus 24 e Lucas 21. Na resposta de Jesus dois temas estão interligados: Suas profecias sobre a destruição de Jerusalém e Seus avisos sobre Sua segunda vinda. É bastante claro que Jesus quis que a destruição de Jerusalém simbolizasse a destruição do mundo e a segunda vinda. Jesus virá em juízo sobre Jerusalém; Ele virá uma segunda vez no fim de todas as coisas. Um prefigura e aponta para o outro. Quando analisamos Marcos 13, Mateus 24 e Lucas 21 com esse entendimento, muitas afirmações obscuras ficam esclarecidas. Jesus começa a responder as perguntas dos apóstolos no versículo 5: Então, Jesus passou a dizer-lhes: Vede que ninguém vos engane. Muitos virão em meu nome, dizendo: Sou eu; e enganarão a muitos. Quando, porém, ouvirdes falar de guerras e rumores de guerras, não vos assusteis; é necessário assim acontecer, mas ainda não é o fim. Porque se levantará nação contra nação, e reino, contra reino. Haverá terremotos em vários lugares e também fomes. Estas coisas são o princípio das dores (vv. 5–8). Jesus disse que o período que precederia a destruição de Jerusalém seria um tempo turbulento. Haverá falsos messias alegando serem o Cristo. Haverá guerras e rumores de guerra. Haverá luta nacional. A história registra uma série de revoltas, guerras e insurreições durante esse período, não só na Palestina mas por todo o mundo romano. Uma revolta em Selêucia resultou nas mortes de cinqüenta mil judeus. Outra revolta em Cesaréia matou vinte mil judeus pouco depois disso. Jesus disse que haveria terremotos. Dentro de quarenta anos, o mundo romano foi aterrorizado com o terremoto que arrasou com a cidade de Laodicéia. Ficaram atônitos diante da erupção do monte Vesúvio, que enterrou assim Pompéia em larva a ponto dela ficar completamente coberta por séculos. Jesus também predisse fomes. Houve, segundo a história, uma grande fome em Roma durante os dias de Cláudio César. Jesus, porém, após citar todos esses acontecimentos futuros, disse: “Estas coisas são o princípio das dores”.

Ele prosseguiu fazendo alertas de perseguições que viriam. Disse Ele: Estai vós de sobreaviso, porque vos entregarão aos tribunais e às sinagogas; sereis açoitados, e vos farão comparecer à presença de governadores e reis, por minha causa, para lhes servir de testemunho. Mas é necessário que primeiro o evangelho seja pregado a todas as nações. Quando, pois, vos levarem e vos entregarem, não vos preocupeis com o que haveis de dizer, mas o que vos for concedido naquela hora, isso falai; porque não sois vós os que falais, mas o Espírito Santo (Marcos vv. 9–11). Este parágrafo deve ter sido particularmente destinado aos apóstolos. A referência a eles serem levados perante as sinagogas indica que isso se cumpriria nos dias em que a sinagoga era o local de adoração dos judeus. Jesus falou de outras perseguições que viriam. Ele disse: “vos entregarão aos tribunais”, o que pressupõe os tribunais dos judeus. Ele mencionou eles serem levados à presença de governadores e reis, o que é uma referência aos tribunais romanos que eles enfrentariam, semelhantes aos tribunais de Paulo perante Félix, Festo e Agripa. Jesus disse que até os familiares dos cristãos os trairiam. Ele acrescentou que os cristãos seriam odiados por todos os homens por causa dEle. Mas nessa luta, como em todas as outras lutas, Ele disse: “Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo” (Mateus 24:13). O fim aqui não significa o fim da nação judaica, mas o fim de uma maratona. Não é uma única batalha. É uma campanha prolongada. Somente aquele que perseverar até o fim será salvo. G. J. Jeffrey fala de um homem famoso que certa vez recusou-se a deixar escreverem sua biografia em vida. Esse homem disse: “Já vi muitos homens caírem na última volta da corrida”. Ninguém está seguro até atingir a linha de chegada. Jesus disse: “O homem que perseverar até o fim, esse será salvo”. E Jesus acrescentou, quase entre parêntesis, no versículo 10, que o evangelho precisava ser pregado a todas as nações antes que Jerusalém fosse destruída. Cerca de trinta anos depois dessa conversa de Jesus em Marcos 13, Paulo escreveu em Colossenses 1:25 que o evangelho havia, de fato, sido pregado a toda criatura debaixo do céu, provando assim que essa profecia foi cumprida no início dos anos 60 d.C. Nos versículos seguintes Jesus predisse alguns dos terrores desse sítio final e da queda de

Jerusalém. Disse Jesus: Quando, pois, virdes o abominável da desolação situado onde não deve estar (quem lê entenda), então, os que estiverem na Judéia fujam para os montes; quem estiver em cima, no eirado, não desça nem entre para tirar da

sua casa alguma coisa; e o que estiver no campo não volte atrás para buscar a sua capa. Ai das que estiverem grávidas e das que amamentarem naqueles dias! Orai para que isso não suceda no inverno. Porque aqueles dias serão de tamanha tribulação como nunca houve desde o princípio do mundo, que Deus criou, até agora e nunca jamais haverá (vv. 14–19). Jesus advertiu que, quando vissem os primeiros sinais do ataque iminente a Jerusalém, as pessoas deveriam fugir da cidade rapidamente, não se demorando nem para pegar roupas extras ou seus pertences. Mas, na realidade, as pessoas fizeram exatamente o contrário. Quando viram os romanos se aproximando para atacar Jerusalém, correram para dentro da cidade. Houve uma mortandade em proporções terríveis demais para se mencionar. No versículo 14, Jesus mencionou o abominável da desolação. Essa expressão ocorreu originalmente no livro de Daniel. Daniel mencionou o abominável da desolação que logo sobreviria a Jerusalém, aparentemente referindose às ações de um governante e rei grego em 167 a.C., muitos anos antes que o Novo Testamento fosse escrito. Um governante e rei grego denominado Antíoco Epifânio foi a Jerusalém e erigiu um altar pagão ao lado do templo. Ele sacrificou um porco ali ao deus grego, Zeus. Daniel chamou essa atitude de Epifânio de o abominável da desolação. Jesus usou essa mesma expressão para profetizar que esse tipo de abominação que anteriormente profanara Jerusalém aconteceria de novo. Lucas, em seu relato paralelo em Lucas 21, esclarece que a desolação a que Jesus Se referiu teria a ver com os exércitos romanos que sitiariam Jerusalém. Lucas 21:20 relata Jesus dizendo: “Quando, porém, virdes Jerusalém sitiada de exércitos, sabei que está próxima a sua devastação”. No ano 70 d.C., Jerusalém finalmente caiucom o sítio do exército de Tito, o qual logo se tornou imperador de Roma. Os horrores desse

sítio compõem uma das páginas mais horríveis da história da humanidade. O povo oriundo da região rural aglomerou-se em Jerusalém, fazendo exatamente o contrário do que Jesus havia sugerido. Tito não teve alternativa senão subjugar o povo pela fome. Josefo contou a história desse terrível sítio em sua obra As Guerras dos Judeus. Ele disse que 97.000 judeus foram levados cativos e 1.100.000 morreram de fome ou pela espada no ataque violento a Jerusalém. Ele disse que as ruas da cidade ficaram literalmente cheias de cadáveres e muitos morreram enquanto enterravam outros. Ele disse que as pessoas entraram em tamanho desespero por causa da fome que literalmente vasculharam os canos de esgoto e os montes de esterco do gado em busca de algo para comer. Ele pintou um quadro de homens roendo tiras de couro e sapatos. Relatou um história terrível de uma mulher que matou e assou seu único filho e ofereceu essa repugnante refeição aos que chegavam à sua casa pedindo comida. A profecia que Jesus fez em Marcos 13 sobre os terríveis dias que estavam para acontecer em Jerusalém, tragicamente, veio a se concretizar. Aqueles que correram para dentro da cidade em busca de segurança morreram aos milhares. Só se salvaram aqueles que seguiram o conselho de Jesus e fugiram para as montanhas da Judéia. No versículo 20 Jesus acrescentou: “Não tivesse o Senhor abreviado aqueles dias, e ninguém se salvaria; mas, por causa dos eleitos que ele escolheu, abreviou tais dias”. A menção dos eleitos é uma referência aos cristãos, e não ao povo judeu. Esses cristãos foram eleitos por Deus mediante a obediência ao evangelho. Jesus usou o tempo passado e disse: “Não tivesse o Senhor abreviado aqueles dias, e ninguém se salvaria” (grifo meu). O tempo do verbo no passado é profético. Ele descreve algo que Deus decretou para o futuro. Era tão certo que assim

seria que era como se já tivesse acontecido. Deus abreviou aqueles dias. Não sabemos exatamente como Ele fez isto. Sabemos, pela história secular, que, devido a questões pessoais e urgentes por parte dos generais romanos, eles saíram dali às pressas, retornando à Itália antes do sítio ser de fato concluído. Jerusalém fora destruída, mas toda a nação ainda não havia sido destruída. Essa pode ter sido uma forma do Senhor ter abreviado aqueles dias. O historiador Eusébio, escrevendo alguns séculos depois, disse que os generais romanos, por nenhuma razão aparente, abortaram surpreendentemente o ataque, dando aos cristãos que estavam em Jerusalém uma oportunidade de fugir e milhares deles de fato fugiram naquele momento, refugiando-se nas montanhas adjacentes. Eusébio também disse que nem um cristão sequer perdeu a vida nesse ataque a Jerusalém. Jesus disse para os apóstolos que Ele mesmo não apareceria pessoalmente na hora em que Jerusalém estivesse sendo destruída e os discípulos não deveriam esperar por isso. Nos versículos 21 a 23, Ele disse: Então, se alguém vos disser: Eis aqui o Cristo! Ou: Ei-lo ali! Não acrediteis; pois surgirão falsos cristos e falsos profetas, operando sinais e prodígios, para enganar, se possível, os próprios eleitos. Estai vós de sobreaviso; tudo vos tenho predito. Chegamos agora aos versículos mais difíceis do capítulo. Eles parecem fazer uma referência direta à segunda vinda de Jesus e ao fim do mundo. Os versículos 24 a 27 dizem: Mas, naqueles dias, após a referida tribulação, o sol escurecerá, a lua não dará a sua claridade, as estrelas cairão do firmamento, e

os poderes dos céus serão abalados. Então, verão o Filho do Homem vir nas nuvens, com grande poder e glória. E ele enviará os anjo se reunirá os seus escolhidos dos quatro ventos, da extremidade da terra até à extremidade do céu. Esses versículos contêm uma linguagem tão forte e vívida que muitos pensam que eles descrevem apenas a segunda vinda de Jesus, quando Ele vier nas nuvens com Seus anjos no final dos tempos. Apesar disso, quando estudamos essa passagem à luz da linguagem judaica tradicional e profética, fica praticamente claro que eles descrevem a queda e o fim da nação judaica. O Antigo Testamento freqüentemente usa a literatura apocalíptica para descrever as grandes calamidades nacionais. Nesse tipo de escrita símbolos familiares são usados para expressar a destruição de nações. A linguagem apocalíptica era bem conhecida do judeu que lia o Antigo Testamento. Jesus descreveu o fim iminente da nação judaica na mesma linguagem que o Antigo Testamento usou para descrever a queda de outras nações. Por exemplo, quando a calamidade estava por assolar a Babilônia e o Egito, os profetas usaram o mesmo tipo de linguagem para descrever o cenário. Consideremos, por exemplo, Isaías 13:10, em que Deus descreveu o fim da Babilônia: Porque as estrelas e constelações dos céus não darão a sua luz; o sol, logo ao nascer, se escurecerá, e a lua não fará resplandecer a sua luz. Nos dias de Isaías a glória da Babilônia resplandecia como o sol, a lua e as estrelas. Deus, porém, disse por meio de Isaías: “Vem a hora em que a glória da Babilônia fenecerá”. Ele usou os símbolos do sol e da lua sendo obscurecidos e as estrelas cessando de reluzir para indicar o fim da nação e da glória da Babilônia. Se o Espírito Santo, falando por meio do profeta Isaías, usou esse tipo de linguagem figurada para descrever a queda de uma nação pagã como a Babilônia, a qual não conhecia Jeová, quanto mais Ele não faria para descrever a queda e o fim da nação judaica, o Seu povo escolhido. Do Egito, Ezequiel escreveu Ezequiel 32:7 e 8: Quando eu te extinguir, cobrirei os céus e farei enegrecer as suas estrelas; encobrirei o sol com uma nuvem, e a lua não resplandecerá a sua luz. Por tua causa, vestirei de preto todos os brilhantes luminares do céu e trarei trevas sobre o teu país, diz o Senhor Deus. Essa imagem vívida do sol, da lua e das estrelas sendo encobertos foi usada pelo profeta para descrever o fim da glória do Egito. Isto é literatura apocalíptica, literatura que expressa a morte de uma nação utilizando símbolos naturais. É precisamente isto o que encontramos em Marcos 13. Quando Jesus disse no versículo 24: “o sol escurecerá, a lua não dará a sua claridade, as estrelas cairão do firmamento, e os poderes dos céus serão abalados”, Ele usou uma linguagem apocalíptica para comunicar que “o fim da nação judaica e de sua glória estava próximo”, como se todo o universo fosse ser destruído. Mas o que dizer dos versículos 26 e 27? Então, verão o Filho do Homem vir nas nuvens, com grande poder e glória. E ele enviará os anjos e reunirá os seus escolhidos dos quatro ventos, da extremidade da terra até à extremidade do céu. Muitos comentaristas interpretam que a expressão “vir nas nuvens” refere-se à vinda de Jesus no fim dos tempos. Todavia, um estudo cuidadoso das Escrituras revelará que esta não é necessariamente a interpretação a ser feita. Uma expressão semelhante ocorre em Isaías 19:1, onde o profeta escreveu: “Eis que o Senhor, cavalgando uma nuvem ligeira, vem ao Egito; os ídolos do Egito estremecerão diante dele, e o coração dos egípcios se derreterá dentro deles”. Embora essa passagem fale do Senhor cavalgando uma nuvem ligeira, indo para o Egito, sabemos que os egípcios não viram Jesus ou Deus pessoalmente quando o Egito experimentou o juízo de Deus. O fato de Jesus cavalgar uma nuvem simplesmente indicava a Sua vinda em juízo contra a nação do Egito, assim como Seu aparecimento nas nuvens dos céus em Marcos indicava a Sua vinda em juízo contra a nação dos judeus. A referência a anjos no versículo 27 não diz respeito necessariamente à segunda vinda de Cristo. A palavra grega para anjo é aggelos, que aparece muitas vezes no Novo Testamento referindo-se a mensageiros humanos bem como celestiais. Lucas 7:24, referindo-se aos mensageiros de João indo até Jesus, usa essa mesma palavra. Nesse caso, são os mensageiros ou representantes de João os elementos descritos pelo termo. Em Marcos 13:27, em que Jesus disse: “E ele enviará os anjos e reunirá os seus escolhidos dos quatro ventos, da extremidade da terra até à extremidade do céu”, Jesus Se referia à evangelização dos perdidos no pecado por meio da pregação do evangelho de Jesus realizada por mensageiros humanos. A destruição de Jerusalém seria um sinal do fim do período em que a obra de Deus se restringira a uma só nação, os judeus. Assim seria anunciado o fim dessa era e o princípio de um outro período em que os eleitos de Deus, os cristãos, se constituiriam de pessoas de todas as nações debaixo dos céus. Os eleitos seriam reunidos dos quatro ventos, dos confins da terra até os confins do céu. De todas as direções, os cristãos afluiriam para o reino. O Senhor usou o mesmo tipo de expressão na referência à universalidade do evangelho quando disse em Lucas 13:29: “Muitos virão do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul e tomarão lugares à mesa no reino de Deus”. Essa expressão referia-se ao crescimento da igreja, e não ao fim do mundo. A destruição de Jerusalém no ano 70 d.C. por Tito simboliza a destruição de todas as coisas na consumação dos séculos. Talvez seja por isso que Jesus optou por usar essa linguagem. Na segunda vinda e no fim do mundo haverá um cumprimento literal das profecias que Jesus falou em Marcos 13. Como colocou Pedro em 2 Pedro 3:10:

Virá, entretanto, como ladrão, o Dia do Senhor, no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo, e os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas. Paulo, escrevendo aos tessalonicenses a respeito da segunda vinda de Cristo, descreveu-a como a hora em que o Senhor Jesus será revelado do céu em fogo consumidor com Seus anjos poderosos. Ele castigará aqueles que não conhecem a Deus e não obedecem ao evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo. A destruição de Jerusalém simbolizou esses acontecimentos, como demonstra claramente a linguagem de Marcos 13. A segunda vinda não era o significado imediato, mas o significado simbólico e por extensão do que Jesus disse. Jesus terminou essa seção sobre a destruição de Jerusalém com uma lição extraída da figueira. Ele disse nos versículos 28 e 29: Aprendei, pois, a parábola da figueira: quando já os seus ramos se renovam, e as folhas brotam, sabeis que está próximo o verão. Assim, também vós: quando virdes acontecer estas coisas, sabei que está próximo, às portas. Jesus estava dizendo que os homens podem discernir os acontecimentos comuns da vida pelos sinais que observam no mundo natural. Por exemplo, quando viam a figueira trocando de folhas, sabiam que a estação do verão estava próxima. Da mesma forma, quando as pessoas vissem os exércitos romanos se aproximando de Jerusalém, saberiam que o fim da nação judaica estava próximo. Jesus disse que muitos que O ouviam falar aquelas palavras ainda estariam vivos quando Jerusalém caísse. Essa afirmação feita no

versículo 30 é a razão principal para não ser possível se afirmar que Jesus estava falando do fim do mundo. Observemos o versículo 30: “Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto aconteça”. Depois, Ele disse mais no versículo 31: “Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão”. Jerusalém seria destruída naquela geração. Mais tarde, no tempo de Deus, um cataclismo ainda maior ocorrerá quando Jesus vier novamente e os céus e a terra forem destruídos. Mas as palavras de Jesus, em meio a todos esses cataclismos, permaneceriam.

 

 

A SEGUNDA VINDA - (13:32–37)

No encerramento do capítulo Jesus fez uma exortação e um aviso aos discípulos sobre o dia final e o fim do mundo. Quando acontecerá? O mundo não acabará quando Jerusalém for destruída, ao contrário da expectativa popular entre os judeus. Mas o fim do mundo virá num tempo futuro, no dia e na hora conhecidos

somente por Deus. Ele disse: Mas a respeito daquele dia ou da hora ninguém sabe; nem os anjos no céu, nem o Filho, senão o Pai. Estai de sobreaviso, vigiai [e orai]; porque não sabeis quando será o tempo. É como um homem que, ausentando-se do país, deixa a sua casa, dá autoridade aos seus servos, a cada um a sua obrigação, e ao porteiro ordena que vigie. Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o dono da casa: se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã; para que, vindo ele inesperadamente, não vos ache dormindo. O que, porém, vos digo, digo a todos: vigiai! (vv. 32–37). Jesus disse que nem mesmo Ele sabe o dia e a hora em que Ele voltará. Havia algumas verdades que Jesus estava disposto a deixar por conta da mente e da mão de Deus. Não poderia haver aviso mais severo nem repreensão mais clara àqueles que hoje insistem em estabelecer horas e datas para a segunda vinda de Cristo! “Os anjos não sabem, eu não sei; só Deus sabe”, disse Jesus. A maior certeza que podemos ter quando lemos as predições dos profetas dos últimos dias é esta afirmação de Jesus. De tudo isto, Jesus tirou uma conclusão prática. Ele disse: “Somos como homens que sabem que seu senhor virá mas não sabem quando”. Vivemos na sombra da eternidade. Isto significa que precisamos viver de tal maneira que realmente não nos importe quando Ele virá. Toda a vida é um tempo de preparação para nos encontrarmos com o nosso Rei. Jesus concluiu dizendo: “O que, porém, vos digo, digo a todos: vigiai!”

CONCLUSÃO

Assim com as palavras de Jesus sobre a destruição de Jerusalém foram cumpridas, a Sua promessa de voltar uma segunda vez será cumprida. A destruição de Jerusalém foi o juízo de Deus sobre a nação judaica por terem rejeitado Jesus como o Messias. Jesus vai voltar novamente, em dia e hora desconhecidos para os seres humanos. Por não sabermos nem podermos saber a hora, precisamos estar sempre prontos para isso. Você está pronto para esse dia? A história está caminhando para algum lugar. Toda a história da humanidade caminha em direção a essa hora, quando Jesus descerá dos céus com Seus anjos, com a trombeta de Deus, e o grito do arcanjo. O que acontecerá com você quando essa hora chegar?